O dirigente da Comissão Nacional Eleitoral esteve profundamente comprometido com a fase mais repressiva do monopartidarismo, no fim dos anos 70. Talvez por isso tenha sido escolhido para o cargo em 2008. A equipa de observadores da UE, chefiada por Luísa Morgantini, concluiu agora o seu relatório. Aponta muitos casos concretos que indiciam uma falsificação das eleições em larga escala (incluindo taxas de participação de 108%!), dando portanto razão às denúncias da UNITA, da FPD e de outros partidos oposicionistas. Desmascarado, o repressor respondeu dizendo que o relatório estava fora de prazo, devia ter sido entregue logo e, como foi terminado só agora, não merece comentários. Perante isto, jornalistas facciosos como Luís Fernando, que O País pôs à frente das suas isentas páginas, ainda continuam a afirmar que a fraude não existiu, que a votação foi tão expressiva que falar em fraude não faz sentido. Estamos no reino da impunidade, não haja dúvidas. E estes senhores é que estão fora do prazo, porque não se constrói nenhuma democracia com mentalidades destas.
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