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27/07/2008

direito de ingerência

A propósito da ditadura de Mugabe volta-se a discutir o direito de ingerência. A questão era já antiga. Leia-se esta passagem do livro de quacre (quaker), Joseph Cooper, a propósito da abolição da escravatura: "A Europa tem o direito de intervir numa tal questão? Sim, sem dúvida." Claro que "o direito de outrem é o limite do vosso direito". O que dá, no caso, uma curiosa atitude: "Que o Egypto e a Turquia não libertem os seus escravos, é um assunto interno no qual nós não temos o direito de intervir; mas a África é um mercado que pertence a todo o mundo"! Na altura, como hoje acontece com os defensores das ditaduras, os escravocratas acusavam a Europa de ingerir nos assuntos internos dos outros continentes. Hoje, porém, houve um pequeno progresso: às comunidades políticas regionais (como a SADC) é remetido muitas vezes o papel de resolver os problemas regionais (e, portanto, de interferir na política de um dos seus países). Não resolve muito, como se vê pelo Zimbabwe, mas também já não se defende que a África pertence a todo o mundo.