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02/04/2009
30/03/2009
tomás jorge tu és a verdade
Tu és a verdade
Torne e não se acabe
O que bem te cabe
No que te arde
Neste voar de ave
A ciciar desejos
Espero-te a cantar
Do que se sabe
Com palavras de beijos
Respirar na brisa
Nos dedos do vento
Sinto a tua carícia
Ainda longe pressinto
Que vens suave
Peço que não tardes
Torne e não se acabe
Vem no que te cabe
No teu voo de ave
Tu és a verdade
(Colóquio-Letras, n.º 87, Lisboa, FCG, Setembro 1985, p. 56)
tomás jorge
Procurar: Areal: poemas, 1961 Talamungongo... olha o mundo!, Luanda, Kilombelombe, 2005GAJAJA
Fruto pálido, empaludado… Cereja dos trópicos de cor desmaiada. Luanda: - onde estão as tuas gajajeiras que a troco dos seus frutos pedradas eu lançava, pedradas que magoavam - pedradas de criança! Por certo que foram destroçadas, sepultadas em teus alicerces da Brito Godins e de todas as Ingombotas, tal como os frondosos cajueiros. Vi hoje uma gajajeira já quase morta. Havia pedras a seu lado, areia e cimento e um buraco longo, rodopiando, fazendo quadrados, rectângulos, quadrados… Se a minha fortuna não fosse feita de sonhos, compraria aquele terreno. A copa da gajajeira seria o meu chapéu, a umbela dos dias quentes e das noites de luar e de cacimbo. Luanda: - onde é que estão as nossas gajajeiras? Essas gajajeiras que me davam as gajajas da minha infância os frutos da minha vadiagem! Eu atirei pedradas! Mas tu, Luanda, o que fizeste delas?