Publicação em destaque

Átomos estéticos são também cognitivos

  “Quando vemos algo além de nossas expectativas, pedaços locais de tecido cerebral geram pequenos ‘átomos’ de afeto positivo. A combinação ...

28/07/2008

a poesia segundo garrett

"[...]quando transborda o coração de júbilo, ou de pena, ou de admiração; isto que é o falar do homem para Deus n’aquelas frases incoerentes, inanalizáveis pelas gramáticas humanas, porque são reminiscência da língua dos anjos, que ele soube antes de nascer; isto que se intoa e se canta no coração, antes e muito mais belo do que o repita a língua" (prefácio às Flores sem Fruto)

espera

novos poetas em benguela

Surgiu em Benguela, nestes últimos tempos, uma editora, a KAT, ligada a uma associação cívica. A sociedade civil levanta o estandarte da cultura. A editora abriu uma colecção chamada «Nova Safra» para publicar novos poetas da província de Benguela. O primeiro número saiu agora mesmo, sendo o feliz premiado um jovem promissor, Gociante Patissa. O título é Consulado do Vazio. Quando voltar a luz transcreverei um poema dele.

um deus desconhecido

"o meu deus desconhecido é realmente aquele misterioso, oculto e não definido sentimento d’alma que a leva às aspirações de uma felicidade ideal, o sonho de oiro do poeta” (Almeida Garrett, prefácio a Folhas Caídas)

27/07/2008

não-ingerência - o reverso da medalha

Depois da intransigente crítica ao direito de ingerência, que é uma atitude de defesa, os ditadores passam ao ataque e abertamente mostram que, sejam marxistas ou anti-marxistas, a sua família é o clã sobre o qual se ergue uma despudorada monarquia. Passa-se do direito à não-ingerência para o direito à intocabilidade. Por isso um filho de Kadafi é intocável: pode tratar as empregadas e os empregados como escravos em qualquer parte do mundo. O direito dos países onde se encontra não tem de ser respeitado por ele, porque isso é falta de respeito pela sua pessoa. A maninha advogada vai à Suíça e ameaça: olho por olho, dente por dente. Aquilo de que precisamente tanto acusaram Israel. E, claro, o olho menor de um europeu é igual a todos os olhos juntos de um líbio. Por isso, a ofensa que foi defender dois empregados de agressão deve ser reposta com manifestações populares, corte de relações económicas, mais ameaças, prisão de estrangeiros, etc. É preciso mostrar ao mundo que no nosso clã ninguém. A ingerência interna dos europeus não é no nosso território, é sobre o nosso clã. Onde o clã estiver os europeus não podem mexer - ainda que seja na Europa. Isso ofenderia as nossas tradições seculares. Há que respeitar o outro. Se damos porrada nos nossos criados é um problema nosso. Afinal, o que estava por trás de tanto nacionalismo e socialismo era só a recuperação de privilégios típicos dos escravocratas antigos. E Ocidente irá, com pezinhos de lã, pedir-lhe desculpa? Colocá-lo na comissão de direitos humanos da ONU? E aquelas histéricas jovens esquerdistas vão continuar a guardar o seu poster à entrada da sala?

direito de ingerência

A propósito da ditadura de Mugabe volta-se a discutir o direito de ingerência. A questão era já antiga. Leia-se esta passagem do livro de quacre (quaker), Joseph Cooper, a propósito da abolição da escravatura: "A Europa tem o direito de intervir numa tal questão? Sim, sem dúvida." Claro que "o direito de outrem é o limite do vosso direito". O que dá, no caso, uma curiosa atitude: "Que o Egypto e a Turquia não libertem os seus escravos, é um assunto interno no qual nós não temos o direito de intervir; mas a África é um mercado que pertence a todo o mundo"! Na altura, como hoje acontece com os defensores das ditaduras, os escravocratas acusavam a Europa de ingerir nos assuntos internos dos outros continentes. Hoje, porém, houve um pequeno progresso: às comunidades políticas regionais (como a SADC) é remetido muitas vezes o papel de resolver os problemas regionais (e, portanto, de interferir na política de um dos seus países). Não resolve muito, como se vê pelo Zimbabwe, mas também já não se defende que a África pertence a todo o mundo.

24/07/2008

estatísticas por si próprias

Taxa de analfabetismo em Angola: cerca de 58% Taxa de analfabetismo em África: cerca de 38% Inscrições no ensino secundário em Angola: 18% dos rapazes em idade própria 13% das raparigas em idade própria Recursos para a educação em 2007: 9,3% do orçamento de estado Recursos para a educação na SADC: 16,7% em média Distribuição de recursos per capita no litoral: 15USD Distribuição de recursos per capita no interior: 5USD

reminiscência

23/07/2008

proposta fundamental

Promessa do MPLA no seu programa de saúde segundo o Semanário Angolense: combater a obesidade. Fundamental e sintomático.