Estruturalmente, não há identidade nas simetrias vagas ou imperfeitas, tanto quanto nas equações quínticas, porque a definição das componentes da duas figuras é produzida por materiais diferentes e se perde aquilo que define. Em rigor, não há simetrias vagas ou imperfeitas. Entretanto, os reflexos são simetrias?
A curva não era plana. Girava em torno do eixo central, muito lentamente, num ritmo calcário talvez. As correntes, porém, quando o calor da vida se retirou, lhe retraçaram itinerários em desalinho ou perpendiculares, abrindo caminhos e passagens no dorso da porcelana rija que, afinal, apenas o organismo abrigado mantinha em torno do eixo central...
e, por tanto, crucial. A luminosidade, porém, se disseminava obliquamente sobre o solo empedrado. Eram quase as horas do crepúsculo.
De forma geral o reflexo não espelha, muito menos quando a gente pensa. A onda não faz apenas uma simetria da areia. Se repararmos, ela tem personalidade própria. Assim também a arte )nela incluída a moda( não é um reflexo da sociedade, nem o pensamento é um reflexo da realidade. Isso, hoje, percebe-se que foram teorias ingénuas confundindo não ser alheio com estar condicionado a
Simetria não é um número nem um formato, é um tipo especial de transformação - uma maneira de mover um objeto. Se o objeto parecer o mesmo depois de movido, a transformação aí presente é uma simetria. Por exemplo, um quadrado continua um quadrado se for rotado em um ângulo reto.
(Ian Stewart - Uma história da simetria)
Quando a idade apagar toda a atual grandeza,
Tu ficarás, em meio às dores dos demais,
Amiga, a repetir o dístico imortal:
"A beleza é a verdade, a verdade a beleza"
- É tudo o que há para saber [...]
John Keats, Ode sobre uma urna grega
Nenhum de nós pode dizer por que a beleza é verdade ou por que verdade é beleza. Só conseguimos vislumbrar a complexidade infinita dessa relação.
(Ian Stewart - Uma história da simetria)
