A aba do chapéu, o regaço, as fraldas do vestido tomadas na cintura a fazerem regaço, viriam, segundo D. Francisco de S. Luiz, do hebraico hhobah, cujo significado era ‘acolher, proteger, dar abrigo’. Mas o autor carrega muito nos [h] e puxa o que pode para o hebraico[1].
O Dic. Aurélio fala no ár. Ab*, que designava um
manto ou capote de lã grosseira, usado por árabes e persas. Realmente o capote
seria acolhedor, protegeria do frio e abrigaria da noite.
Mas aba inclui também, no seu campo semântico, as
fraldas ou faldas dos montes, a orla das praias, a margem, a costa, as abas dos
rios, os arredores, em torno de[2]...
Resumidamente, o que envolve está na margem.
[1]
Glossário de Vocábulos Portugueses derivados das línguas orientais e
africanas, excepto a árabe, Lisboa, 1837, p. 1 (obra publicada com o
patrocínio da Academia das Ciências e impressa na sua tipografia).
[2]
Roquette, J. -I. e Fonseca, J. da, Dicionário Poético e de Epithetos,
Paris; Lisboa, Guillard, Aillaud & Cia, sd, p. 1.