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10/03/2009
08/03/2009
mitologia brasileira
O mistério da Taça de Pedra
A formação de Vila Velha
Itacueretaba, antigo nome do que conhecemos hoje por Vila Velha, significa aproximadamente "A cidade extinta de pedra". Localiza-se na margem direita do rio Tibagi ( o rio do pouso) na vasta e ondulada ibeteba (planície) que Saint-Hilaire, maravilhado, disse ser o paraíso do Brasil.
Este recanto tinha sido escolhido pelos primitivos habitantes para ser Abaretama ( terra dos homens), onde esconderiam o Itainhareru, o precioso tesouro. Tendo a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado por uma legião de Apiabas (varões), escolhidos entre homens de todas as tribos e treinados para desempenhar a honrosa missão.
Os Apiabas tinham todas as regalias e distinções e desfrutavam de uma vida régia. Era-lhes, porém, vedado o contato com as mulheres, mesmo que fossem de suas próprias tribos. A tradição dizia que as mulheres, estando de posse do segredo do Abaretama, o revelariam aos quatro ventos e, chegada a notícia aos ouvidos dos inimigos de seu povo, estes tomariam o tesouro para si. Por justiça, Tupã, o onipotente, deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre ele as maiores desgraças se o tesouro fosse perdido.
Os Apiabas eram fortes, altivos e bravos; o seu único trabalho consistia em realizar jardins na terra daquelas planícies. Tupã não permitia que, naquele recanto sagrado, houvesse o pecado.
Numa certa época, Dhui (em nossa língua corresponde a Luis) fora escolhido para chefe supremo dos bravos guerreiros. Como todos os outros, tinha sido preparado, desde a mais tenra infância, para essa sagrada missão. Dhui, entretanto, não desejava seguir aquele destino, celibatário. Seu sangue achava-se perturbado pelo feminil fascínio (era um chunharapixara - mulherengo).
As tribos rivais, ao terem conhecimento disso, de pronto resolveram aproveitar-se da situação e escolheram uma de entre suas donzelas para tentar o jovem guerreiro e tomar-lhe o coração com o objetivo de arrebatar-lhe o segredo. A escolhida foi Aracê Poranga (Aurora Bonita). Não lhe foi difícil conseguir a atenção do ardoroso Dhui. Pouco a pouco, ia entrelaçando a sua habilidosa teia, de tal modo que ele ficou completamente apaixonado e subjugado, a seus pés.
Ela já havia entrado no Abaretama com o consentimento de Dhui, que não teve como resistir-lhe. Mas Aracê era mulher e Dhui homem. Traiu seus parentes em nome do amor, como ele traiu a sua missão em nome dela. Numa tarde primaveril, quando os Ipês (árvores de casca) já florescidos deixavam cair suas flores douradas numa chuva de ouro, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucuri, o licor dos butiás, para embebedá-lo; mas o amor já dominava sua razão: ela também tomou o licor e quedaram deitados à sombra do Ipê, languidamente entrelaçados.
Tupã vingou-se desencadeando um terremoto que abalou toda a planície. A fúria divina convulsionou-se dentro do solo e a região foi destruída, trazendo morte e dor. A Abaretama completamente destruída tornou-se pedra, o tesouro aurífero fundiu-se e liquidificou-se, e os dois amantes castigados ficaram um ao lado do outro petrificados. Ao seu lado ficou a causa de sua desgraça, a taça de pedra ...
Hoje, quando ali se passa, ainda se pode ouvir o vento repetindo a última frase de Aracê: Xê pocê ô quê ( dormirei contigo). E assim Abaretama tornou-se Itacueretaba.
A terra se fendeu: são as grutas que encontramos próximas de Vila Velha e o tesouro fundido é aquela lagoa que chamamos de Lagoa Dourada, a qual, quando o sol lhe bate em cheio, ainda reflete o brilho aurífero.
Dhui e Aracê, equivalente par índio de Adão e Eva, estão ainda hoje lado a lado circundados de Ipês descendentes daqueles que assistiram à morte dos dois. Os sobreviventes daquele povo partiram para outras terras, onde a maldição de Tupã não os alcançasse. Fundaram outro império, nessas terras imensas da América do Sul...
(enviado por Atlante Lemuriano para Árvore sagrada)
03/03/2009
poesia angolana
Leitura de poesia angolana, Sábado, às 21:30h, no Intensidez (biblio-café), rua Escrivão da Câmara, Évora. Com a participação do poeta angolano Abreu Paxe e do jornalista angolano António Quino. Um momento raro para se conhecer a poesia angolana de hoje. Estarão expostos livros de poetas angolanos. O biblio-café serve também refeições, petiscos e bebidas preparados com delicadeza e rigor.
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