de forma geral os animais com asas também se beijam
Publicação em destaque
Átomos estéticos são também cognitivos
“Quando vemos algo além de nossas expectativas, pedaços locais de tecido cerebral geram pequenos ‘átomos’ de afeto positivo. A combinação ...
27/09/2008
3 haikai
Chuva persistente...
Toda a noite a repetir
Lá fora o teu nome.
29-11-2004 19:08:45
Na margem do lago
Notícias que partiram
A molhar-me os pés.
05-12-2004
A voz: o voo
Da borboleta
Encanta a morte
12-2004
26/09/2008
25/09/2008
a uma árvore
Para ti, cuja sombra
Amorteceu a derrota;
Para ti, a quem Deus
E as entidades permitiram
Ficar de pé no campo dos vencidos;
Para ti, a quem foi dada a graça
De não regressar nem partir
Nunca;
Para ti reservou a Lei
O castigo pior também.
Secarás lentamente com o sol
Nos galhos hirtos e negros,
Hieráticos e ressequidos,
Suplicantes de azul,
Tensos perpetuando-se
Para além de si próprios.
Os que te sentem respirar
Não conseguem dizer nada.
O teu perfil, solitária
Num deserto com o mar
Confundindo-se no azul,
Desafia os séculos de olhar pétreo.
Sem folhas nem sementes,
Não criarás os teus filhos,
Não semearás o ventre
Da terra para ganhar
A penumbra onde a brisa
Refresca a secura eterna
Dos que morreram de pé.
24/09/2008
23/09/2008
portugal-angola, sempre igual: 0-0
Os portugueses em Angola são um peso morto no cenário político: votam pelos negócios imediatos. E antes de chegarem já estão de acordo - embora não saibam com o quê. Na sua perspectiva, devem ter razão. Não é deles que se podem queixar os angolanos. Empate técnico.
abstenção
Os órgãos oficiais tudo fizeram para escondê-lo: a abstenção ficou acima do milhão, quer dizer, quase o dobro dos votos que teve o principal partido de oposição, a UNITA. Isto reforça duas opiniões: primeira, que o voto no MPLA foi um voto conformado, por falta de alternativas; segunda, que a oposição não convenceu o eleitorado (e, apesar de tudo, podia tê-lo feito bem mais do que 10 ou 15%). Não haja dúvidas: com guias imortais e caminhos da libertação tudo parecia mais fácil.
AJPD
A Associação para a Justiça, Paz e Democracia tem protagonizado, desde 2000, um papel brilhante na defesa intransigente e isenta da justiça, da democracia, da paz, da transparência. Por isso vem sendo perseguida. O argumento é, aparentemente, legal e vem de trás: como terá normas inconstitucionais na sua constituição (aprovada no entanto) terá de ser ilegalizada. Não pode mudar as normas, o que se pede é mesmo o fim da Associação. Fizeram o mesmo para silenciar alguns órgãos de informação e jornalistas independentes. Não é uma ditadura assumida, mas, sob a capa da legalidade, a perseguição aos órgãos independentes e exigentes da sociedade civil. O que dá no mesmo: falar, só para fazer barulho. Se é para tocar nas feridas, silencia-se. Se fosse a HRW diziam-lhe para não interferir nos negócios internos; sendo uma organização angolana, simplesmente ilegaliza-se porque terá (a AJPD nega) itens inconstitucionais nos seus estatutos. Cada vez mais se avolumam as suspeitas da oposição: a ditadura parece estar de volta.
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