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10/12/2023

Pensando palavras por imagens - pujante? A natureza da flora...

pujante vem do francês e significa, nele, o mesmo que possante em português: aquele que pode, que é capaz e que possui. 
A pujança nem sempre é vital, ou sinónimo de vitalidade. Por exemplo: um ditador é possante mas anti-vital e, na verdade, vai neutralizando a vitalidade para dominar, ser o dono, não no sentido original do senhor da casa (o mais velho da domus), mas no de quem tem o controlo de tudo, mais próximo, por isso, do condutor, duque, do que conduz, aliás sem o 'com', só dux. O monarca e o príncipe, ao contrário do duque, inferior a eles na escala social, colocam-se acima dele, são altos, altíssimos. O monarcha porque se enlaçou com o princípio, fazendo o que faz acordado (ou seja: de coração) com ele;. O prímcipe o que vai nesse caminho, captando primeiro que os outros o princípio, mas ainda só captando, sem estar alimentado por ele em consciência de o ser.

A natureza da flora não tem mando, mas vida. Pode ser pujante e frágil. Atira-se para fora da semente e gera depois a semente que vai germinar. Vem de dentro para fora manifestando-se. Explode alimentando-se e só alimentando. O que determina a natureza é quase o que determina o homem: este põe-se em pé para sair de si; aquela (natureza floral), brota, salienta mesmo que humilde. A monarquia pode ser floral, encaixa-se e acorda-se com. A natureza floral é democrática, popular, aberta, singular e fractal. A monarquia pode, portanto, acordar-se a anarquia no sentido etimológico das palavras.



 

O acaso não, Kundera. O inesperado, no entanto, reconhecido:


“Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. Aquilo que acontece
por necessidade, aquilo que é esperado e que se repete todos os dias, não é senão
uma coisa muda. Somente o acaso tem voz”

(Milan Kundera. A
Insustentável Leveza do Ser)


 

05/12/2023

Dizia Epicteto:

"Abre os teus olhos: olha as coisas pelo que realmente são.
[...]
As coisas e as pessoas são o que são."