Jardim de Lou Lim Iok
Disseste-me que tenho a alma pontilhada de nenúfares sobre os quais te passeias ufana, como sempre fazes nos jardins. Um gesto constrói a ponte. Somos pedras, roídas de umidade, com um leve olor ao que é eterno. Não cruzes o arco. Do outro lado resfolgam as buzinas e a cidade engole os amantes, num lampejo breve de néon.
(Carlos Morais José, O livro dos nomes)