Debruçada no poço
do silêncio
chamo por mim:
das faíscas das pedras
vêm à tona
palavras que escondi
(poema de Maria de Lourdes Hortas, foto FS)
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06/07/2009
rumor de vento maria de lourdes hortas
Do Recife me chega um Rumor de vento, o que não admira, sobretudo vindo de quem mora junto ao mar.
É a lírica subjetiva de Maria de Lourdes Hortas que regressa na sua despretensiosa simplicidade, sensível, íntima, escoando com sua maciez líquida, sussurrando com sua brisa quase de veludo, brisa líquida, água de vento e cheiro bom.
Como se lê na verdadeira poética chamada «Mala» (p. 10), os materiais de que se serve são fragmentos de projetos e memórias, vivências e esboços, tudo inacabado ou irrecuperável, como objetos que se guardam nas malas e, apesar de perdidos, esquecidos, levamo-los connosco. A poesia vai, por este sentimento da incompletude que lhe dá a sensível intuição da plenitude, vai sugerir o que falta.
05/07/2009
04/07/2009
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