Publicação em destaque

Átomos estéticos são também cognitivos

  “Quando vemos algo além de nossas expectativas, pedaços locais de tecido cerebral geram pequenos ‘átomos’ de afeto positivo. A combinação ...

15/08/2008

inspirações do claustro

alphonsus de guimaraens

Sião que dorme ao luar. Vozes diletas Modulam salmos de visões contritas... E a sombra sacrossanta dos Profetas Melancoliza o canto dos levitas. As torres brancas, terminando em setas, Onde velam, nas noites infinitas, Mil guerreiros sombrios como ascetas, Erguem ao Céu as cúpulas benditas. As virgens de Israel as negras comas Aromatizam com os ungüentos brancos dos nigromantes de mortais aromas... Jerusalém, em meio às Doze Portas, Dorme: e o luar que lhe vem beijar os flancos Evoca ruínas de cidades mortas.

cruz e sousa

SEM ESPERANÇA Ó cândidos fantasmas da Esperança, Meigos espectros do meu vão Destino, Volvei a mim nas leves ondas do Hino Sacramental de Bem-aventurança. Nas veredas da vida a alma não cansa De vos buscar pelo Vergel divino Do céu sempre estrelado e diamantino Onde toda a alma no Perdão descansa. Na volúpia da dor que me transporta, Que este meu ser transfunde nos Espaços, Sinto-te longe, ó Esperança morta. E em vão alongo os vacilantes passos À procura febril da tua porta, Da ventura celeste dos teus braços.

poema simbolista

Vetustas portas de cristais errantes Às horas mortas gastas e frias, Aquecidas nos membros palpitantes De convivas fogosas e vazias,

Vejo em teus braços de oiro cintilantes, Rubis e brilhos, cores que irradias Na brancura marmórea contrastantes Das velhas portas gastas pelos dias.

E acendo os incensos no turíbulo À tua passagem palpitante Queimando a roupa fina do vestíbulo

Entre passos acesos, coruscante, Asas na dança das aras do prostíbulo, Sobre os lívidos mármores, triunfante.

francisco brines, o sono do poeta

14/08/2008

razões...

Uma boa razão para a Rússia invadir a Geórgia: salvar o Museu Stalin.

frederico ningi

uma eleição antiga em luanda

Esta é do tempo colonial: "-Mas então?... Sim ou não? Fizeram-se ou não se fizeram? -Eu... com franqueza... se quer que lhe diga! -Diga, homem! desembuche com mil diabos! Houve ou não houve eleições no dia 4? -A mim parece-me... Ouvi dizer... Sim, elles que foram eleitos é porque houve!... Mas que às 10 horas nem gente havia na igreja para constituir a mesa, também é uma verdade!... -Mas houve ou não houve eleições no dia 4? Houve; houve com certeza. Foram por detraz, mas foram; e os regeneradores venceram! E eu estou agora com a minha gente!... Maioria enorme, sabe?" (Alberto Corrêa, Correio de Loanda, n.º 18, ano I, 11-5-1890, p. 1)

13/08/2008

notícias da china

campanha exemplar 3

Por argumentos discutíveis expulsam-te do teu partido. Com o teu grupo decides apoiar o principal partido da oposição e pões os militantes que te apoiam a fazer campanha por esse partido. Eles são presos sem justificação e, passado dois dias, o juiz descobre que, afinal, não havia razões suficientes para estarem presos. Uma campanha exemplar, em África...