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Átomos estéticos são também cognitivos

  “Quando vemos algo além de nossas expectativas, pedaços locais de tecido cerebral geram pequenos ‘átomos’ de afeto positivo. A combinação ...

06/07/2009

mlh sob a pirâmide

Agora que dormes sob a pirâmide no vértice do tempo sabes o que diz o vento quando passa assobiando pela estrada (poema de Maria de Lourdes Hortas, foto FS)

mlh o portal secreto

No sonho ultrapasso o portal secreto: meus dedos resvalam pela seda lilás do teu vestido (poema de Maria de Lourdes Hortas, foto FS)

mlh no parque

No parque minha ausência passeia.

mlh em surdina

Ouço apenas contar as lendas. Nada sei dos signos ilegíveis cifrando nos muros ameaças em surdina. (poema de Maria de Lourdes Hortas, foto FS)

maria de lourdes hortas vestígios

Na argamassa do chão colhemos as pegadas da passagem de povos milenares registrados ou anónimos - indestrutível herança urdida ponto a ponto no tear da história: vestígios de miragens e sentimentos dos visitantes que antes de nós fizeram a travessia nesta mesma barca de areia

mlh rumor de vento

Quando o poeta se desabita parte mas fica. Restam vestígios talvez um código talvez um mito. Sua palavra seiva, raiz flama no tempo: rumor de vento. (poema de Maria de Lourdes Hortas, foto FS)

mlh debruçada no poço

Debruçada no poço do silêncio chamo por mim: das faíscas das pedras vêm à tona palavras que escondi (poema de Maria de Lourdes Hortas, foto FS)

mlh 1

Não sei onde entre o dia e a noite passa um bonde. (poema de Maria de Lourdes Hortas, foto de FS)

rumor de vento maria de lourdes hortas

Do Recife me chega um Rumor de vento, o que não admira, sobretudo vindo de quem mora junto ao mar. É a lírica subjetiva de Maria de Lourdes Hortas que regressa na sua despretensiosa simplicidade, sensível, íntima, escoando com sua maciez líquida, sussurrando com sua brisa quase de veludo, brisa líquida, água de vento e cheiro bom. Como se lê na verdadeira poética chamada «Mala» (p. 10), os materiais de que se serve são fragmentos de projetos e memórias, vivências e esboços, tudo inacabado ou irrecuperável, como objetos que se guardam nas malas e, apesar de perdidos, esquecidos, levamo-los connosco. A poesia vai, por este sentimento da incompletude que lhe dá a sensível intuição da plenitude, vai sugerir o que falta.

cidade submarina