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19/01/2009

cine kalunga, acesso lateral

Início do acesso lateral às cadeiras. As 'rilheiras' de cimento levam a àgua da chuva para um escoamento junto ao palco. Do lado esquerdo, em cima, uma escada que dava para uma pequena esplanada, sobre a cozinha do bar, onde estavam as mesas reservadas por pessoas com peso e vaidade na cidade colonial. Agora ali pensam fechar e fazer um 'pub'.

cine kalunga, saída

Uma das saídas para os fundos. Quase todas as passagens e pequenas saídas eram, como esta, rodeadas por um gradeado em cimento (amarelo) e constituídas por um círculo, com um degrau e, por cima, a meio, uma lâmpada.

cine kalunga, sala de projeção

A sala de projeção do cine Kalunga ergue-se entre os serviços (foto abaixo) e a esplanada. Está erguida sobre dois pilares rectangulares entre os quais se acedia directamente às cadeiras. Actualmente está por baixo uma mesa de bilhar.

cine kalunga, serviços

O cine-Kalunga é uma das jóias do chamado (em arquitectura) modernismo colonial. Kalunga é uma palavra umbundo que significa Deus, mar, morte. O cinema fica junto ao mar, sobre parte de uma antiga lagoa ou pântano que actualmente renasce nas suas traseiras. Esta série começa pelos 'serviços' talvez por ser a solução mais surpreendente. Sobre o círculo podia funcionar um repuxo. Por cima (o piso que vemos na foto) eram os serviços para as senhoras; descendo uma rampa à esquerda (onde se eleva aquela palmeira) entrava-se nos serviços para homens. A perspectiva é tomada a partir da esplanada, que hoje ainda funciona (vão fechar uma parte com vidros para fazer restaurante...) e fica do lado oposto do cinema.

novo acordo

Nota: a partir de hoje tentarei escrever de acordo com o novo acordo ortográfico. Acho-o incoerente; importaria, primeiro, definir, hierarquizar e justificar os critérios usados (basicamente o fonético, o distintivo e o etimológico). Depois, aplicar. É preciso também os linguistas da África lusófona proporem grafemas para consoantes nasaladas (ng, nd, etc.). Mas é preciso começar com algo. Este acordo é o nosso 'algo'. Praticando-o vamos perceber melhor a sua pertinência e a sua impertinência. Para irmos preparando o seu aperfeiçoamento. Com uma coisa é preciso acabar: com o dizer que sim e fazer que não. Como dizia o meu pai, português de Angola: ou sim, ou sopas.