Olhando a estátua rústica, a boca tapada pelo cimento depois de esmigalhada pela queda, talvez, não sei, do paraíso... Quebrado o nariz também, restam-nos os olhos, abertos, como nos homens saudáveis um fitando numa direção e com uma expressão ligeiramente diferente da que segue o outro. Reparem, o da direita (de quem vê) mais incisivo, mais duro, o da esquerda um tanto mais vago, interrogando mas quase a pairar numa órbita perdida, e a testa alta, só com as marcas do cinzel, sem se ter chegado a criar a ruga, as linhas coincidentes com a expressão dos olhos. Alguém dirá: mas depende da perspetiva. A minha foi esta.
Recordei-me, nesse instante, do verbo perscrutar e confesso não saber ainda qual foi o resultado do escrutínio.