interrogação
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Átomos estéticos são também cognitivos
“Quando vemos algo além de nossas expectativas, pedaços locais de tecido cerebral geram pequenos ‘átomos’ de afeto positivo. A combinação ...
31/12/2023
30/12/2023
29/12/2023
28/12/2023
Estrelas e calendários - porquê?
É que, por vezes, interrogo-me sobre os fogos de artifício na passagem de ano. A viragem do ano pelo solstício (devia comemorar-se no solstício, ou de inverno ou de verão), pelo menos no hemisfério norte (onde a comemoração se desenvolveu), significa, pelo inverno, o fim do caminho para a morte e o começo do renascimento. No hemisfério sul indica o fim do aumento dos dias solares, o aquecimento que ainda vai seguir-se (como o frio em janeiro na metade norte), e o lento começo do encurtar dos dias. A viragem de ciclo, no lado norte (um norte relativo sem dúvida), implica o começo do renascimento, que trará flores na primavera e frutos nas duas estações seguintes. E comemora-se com fogo de artifício (não sei desde quando), estralejar de estrelas, explosões de fogo. Porquê?
Não sei. Porém, diz a ciência que o próprio mundo começou assim. Porquê?
27/12/2023
26/12/2023
24/12/2023
Montaigne dizia que
a própria liberalidade não está em seu verdadeiro esplendor quando em mão soberana, porque o rei, sê-lo, não deve a si. O que se faz é para servir.
(Gare do Oriente, Lisboa)
23/12/2023
Só através do coração sabemos...
essa ciência certa e subtil, há de estar relacionada com intuições, que são despertadas por emoções. Haverá talvez analogias afetivas a servir de ponte para contrastes e similaridades. Há, realmente, perceções anteriores a qualquer outra razão.
22/12/2023
Fábula da praia
O sol ainda não nascia, o dia nascia, o sol era como quando se punha no outro lábio do lago e, aparentemente pelo menos, era tudo muito simples.
20/12/2023
19/12/2023
Jesus Cristo, celibatário, não defendeu
...o celibato obrigatório. Por coerência: nunca as falas (atribuídas a ele seguramente na Bíblia) postulam rumos antinaturais. A sua mensagem parece-me ser a de libertação, não de combate à natureza, é a natureza que se liberta com o Espírito, ou qualquer outro nome digno, quero dizer: que indique o mesmo. E ainda quando se dá a César o que é de César se reconhece que o Reino não é deste mundo, mas assiste a ele (no sentido etimológico do verbo assistir, que não é passivo), como assiste à natureza.
Manteve, portanto, o mandato: crescei, multiplicai-vos.
A relação disto com a foto? Simples: a foto mostra a conjugação dos elementos.
18/12/2023
Hino a Deméter
17/12/2023
16/12/2023
Canção do hímen
Ah se aqui fosse a terra dos poentes breves, sanguíneos,
As mãos plátanos de água sobre os limos,
Coroava o cimo das montanhas, com líquidas estrelas,
Diamantes lapidados ao Senhor das Selvas
15/12/2023
14/12/2023
Visto que descendo
de rios impossíveis
e me deixo levar em pleno inverno
pela torrente branca das tempestades
lavando, rapidamente, os olhos túrgidos das hienas,
exalto a vertiginosa aurora das nuvens - eu,
que nasci de uma noite com dramas antigos.
Assim chegámos à cidade
onde não fomos entendidos
"Frente à complexidade de urn organismo e à multidão quase infinita de análises e de sínteses entrelaçadas que ela pressupõe, nosso entendimento recua desconcertado."
(H. Bergson, A evolução criadora)
13/12/2023
Nem sempre a cidade é um espelho
"Em Bersabéia, transmite-se a seguinte crença: que suspensa no céu existe uma outra Bersabéia [...] e que, se a Bersabéia terrena tomar a celeste como modelo, elas se tornarão uma única cidade"
(Calvino, As cidades invisíveis)
12/12/2023
11/12/2023
Da espera e da aranha
Uma aranha espera.
Fixa. Imóvel.
Tece a teia por dentro
Na calma vazia.
Os teus olhos
Cheios de noite:
Palavras como vento...
Escrava fiel e só
Pousas em paz
O longínquo conteúdo.
Eterno instante e nunca
O tempo foi grande.
10/12/2023
Pensando palavras por imagens - pujante? A natureza da flora...
pujante vem do francês e significa, nele, o mesmo que possante em português: aquele que pode, que é capaz e que possui.
A pujança nem sempre é vital, ou sinónimo de vitalidade. Por exemplo: um ditador é possante mas anti-vital e, na verdade, vai neutralizando a vitalidade para dominar, ser o dono, não no sentido original do senhor da casa (o mais velho da domus), mas no de quem tem o controlo de tudo, mais próximo, por isso, do condutor, duque, do que conduz, aliás sem o 'com', só dux. O monarca e o príncipe, ao contrário do duque, inferior a eles na escala social, colocam-se acima dele, são altos, altíssimos. O monarcha porque se enlaçou com o princípio, fazendo o que faz acordado (ou seja: de coração) com ele;. O prímcipe o que vai nesse caminho, captando primeiro que os outros o princípio, mas ainda só captando, sem estar alimentado por ele em consciência de o ser.
A natureza da flora não tem mando, mas vida. Pode ser pujante e frágil. Atira-se para fora da semente e gera depois a semente que vai germinar. Vem de dentro para fora manifestando-se. Explode alimentando-se e só alimentando. O que determina a natureza é quase o que determina o homem: este põe-se em pé para sair de si; aquela (natureza floral), brota, salienta mesmo que humilde. A monarquia pode ser floral, encaixa-se e acorda-se com. A natureza floral é democrática, popular, aberta, singular e fractal. A monarquia pode, portanto, acordar-se a anarquia no sentido etimológico das palavras.
O acaso não, Kundera. O inesperado, no entanto, reconhecido:
“Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. Aquilo que acontece
por necessidade, aquilo que é esperado e que se repete todos os dias, não é senão
uma coisa muda. Somente o acaso tem voz”
(Milan Kundera. A
Insustentável Leveza do Ser)
09/12/2023
08/12/2023
06/12/2023
Guan Yin disse: mas as coisas
são geradas por aquilo que não possui forma e todas as suas transformações se consumam no vazio.
(do livro Vazio perfeito, de Lei Zi - trad: http://filosofiataoista.blogspot.pt/2018/03/fragmento-do-vazio-perfeito-leizi.html)
05/12/2023
Dizia Epicteto:
"Abre os teus olhos: olha as coisas pelo que realmente são.
[...]
As coisas e as pessoas são o que são."
04/12/2023
Isolado, naquela ilha,
entre as águas gradeadas eu pensava como libertar os cogumelos verdes do furor cinza dos depredadores anónimos
03/12/2023
02/12/2023
Pelo menos havia um rumo a seguir,
dizem os nostálgicos. Mas a causa dessa nostalgia qual é? Sempre seguimos um rumo. A nostalgia é a de uma direção pré-determinada, fixa, que só se alteraria num momento de absoluto descalabro ou de muito evidente (passe a expressão, porque a evidência não tem graus), de muito evidente desadequação.
Há sempre um rumo. A condição humana é a da fronteira entre 'destino' e 'escolha', a da liberdade. Mesmo a Igreja reconhece. Basta ler com atenção, por exemplo, as entrevistas do cardeal e Papa Ratzinger (Bento XVI). O rumo, porém, sem prejuízo de um Deus todo-poderoso, nem por esse Deus está definitivamente traçado, pois depende da nossa atitude o capítulo seguinte da novela. Há sempre uma direção que se toma, só que não se toma nem sempre a mesma, nem sempre previamente, e por isso temos que manter a abertura necessária para percebermos o passo a dar após o que já demos.
O que não nos impedirá de vincarmos o percurso, como quem assinala com pedras para que os outros saibam por onde foi e percebam porquê.
(padre francisco)
01/12/2023
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