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30/09/2008

mussolini - II

"O Fascismo estabelece a verdadeira e profunda igualdade de todos os indivíduos, em face do trabalho e da Nação. A diferença está na escala e na amplitude das responsabilidades individuais." * "...o objetivo do Regime, no domínio económico, é a realização de uma justiça social mais elevada e equitativa, para o povo italiano." "Que significa esta justiça social mais elevada? Significa trabalho assegurado, salário equitativo, casa decente, e possibilidade de desenvolver-se e de alcançar o melhoramento progressivo e contínuo. Mas não basta: significa também que os operários, os trabalhadores, devem conhecer mais profundamente o processo da produção, e tomar parte ativa na sua organização." * (Discurso aos operários de Milão, 16-10-1934)

onde é que eu já vi isto?

"Quando com a Milícia, força armada do Partido e da Revolução e com a instituição do Grande Conselho, órgão supremo da Revolução, suprimimos o liberalismo teórico e prático, foi então que entramos definitivamente no caminho da Revolução." (Benito Mussolini, 14-12-1933)

29/09/2008

albert hoffman, 1943

"Pude então observar uma torrente de figuras caleidoscópicas de todas as cores ganhando formas fantásticas durante o caminho" (v. Velocipédica Fundação, onde se faz uma profunda relação entre as bicicletas e o LSD)

sousândrade no inferno de Wall Street

(Gentleman (pelotiqueiros) na catástrofe; HURIS lenços-verdes enxugando os olhos-mortos de SANSÃO:


 - Do Guesa a Farsália explorada 
Num 'corner' espremido o autor, 
Dá ourão! = A musa 
Cafusa Dalila traiu-o... que horror! 


(1877)

sousândrade

(Áureos ZACS escovados noutros práticos mundos:) - Banindo os poetas, da 'República' Coroava-os com flores, Platão. =Yunka-yankee os depena Sem pena, E zanga-se à história, pois não! (segundo as notas, Zaque era o "título de um dos chefes Muíscas ou Clibchas, da Colômbia. Segundo a lenda, esse rei, ou mais provavelmente o Zipa, que reinava em Bogotá, poderia ser o procurado homem dourado ["el dorado"], que se recobria de ouro em pó numa cerimónia anual de ablução no lago Guatavita, em homenagem ao Deus Sol") (Sousândrade, «O inferno de Wall Street» - 1876? 1877?)

alfredo vivero



Leia um resumo sobre o colombiano Alfredo Vivero e apanhe a hiperligação para a exposição-livro América Magia y Mito.

aranha e cavalo marinho

corrida para um beijo entre uma aranha e um cavalo marinho

paula soares

de forma geral os animais com asas também se beijam

3 haikai

Chuva persistente...

Toda a noite a repetir

Lá fora o teu nome.

29-11-2004 19:08:45


Na margem do lago

Notícias que partiram

A molhar-me os pés.

05-12-2004


A voz: o voo

Da borboleta

Encanta a morte

12-2004


25/09/2008

a uma árvore



Para ti, cuja sombra
Amorteceu a derrota;
Para ti, a quem Deus
E as entidades permitiram
Ficar de pé no campo dos vencidos;
Para ti, a quem foi dada a graça
De não regressar nem partir
Nunca;
Para ti reservou a Lei
O castigo pior também.
Secarás lentamente com o sol
Nos galhos hirtos e negros,
Hieráticos e ressequidos,
Suplicantes de azul,
Tensos perpetuando-se
Para além de si próprios.

Os que te sentem respirar
Não conseguem dizer nada.
O teu perfil, solitária
Num deserto com o mar
Confundindo-se no azul,
Desafia os séculos de olhar pétreo.
Sem folhas nem sementes,
Não criarás os teus filhos,
Não semearás o ventre
Da terra para ganhar
A penumbra onde a brisa
Refresca a secura eterna
Dos que morreram de pé.

portugal-angola, sempre igual: 0-0

Os portugueses em Angola são um peso morto no cenário político: votam pelos negócios imediatos. E antes de chegarem já estão de acordo - embora não saibam com o quê. Na sua perspectiva, devem ter razão. Não é deles que se podem queixar os angolanos. Empate técnico.

abstenção

Os órgãos oficiais tudo fizeram para escondê-lo: a abstenção ficou acima do milhão, quer dizer, quase o dobro dos votos que teve o principal partido de oposição, a UNITA. Isto reforça duas opiniões: primeira, que o voto no MPLA foi um voto conformado, por falta de alternativas; segunda, que a oposição não convenceu o eleitorado (e, apesar de tudo, podia tê-lo feito bem mais do que 10 ou 15%). Não haja dúvidas: com guias imortais e caminhos da libertação tudo parecia mais fácil.

AJPD

A Associação para a Justiça, Paz e Democracia tem protagonizado, desde 2000, um papel brilhante na defesa intransigente e isenta da justiça, da democracia, da paz, da transparência. Por isso vem sendo perseguida. O argumento é, aparentemente, legal e vem de trás: como terá normas inconstitucionais na sua constituição (aprovada no entanto) terá de ser ilegalizada. Não pode mudar as normas, o que se pede é mesmo o fim da Associação. Fizeram o mesmo para silenciar alguns órgãos de informação e jornalistas independentes. Não é uma ditadura assumida, mas, sob a capa da legalidade, a perseguição aos órgãos independentes e exigentes da sociedade civil. O que dá no mesmo: falar, só para fazer barulho. Se é para tocar nas feridas, silencia-se. Se fosse a HRW diziam-lhe para não interferir nos negócios internos; sendo uma organização angolana, simplesmente ilegaliza-se porque terá (a AJPD nega) itens inconstitucionais nos seus estatutos. Cada vez mais se avolumam as suspeitas da oposição: a ditadura parece estar de volta.

farrapo velho

Nem por acaso, ontem falei disso. Nova reacção à HRW em Angola: não devem ingerir nos negócios internos... Onde é que já ouvimos isto? Desculpas globalizadas...

hoje

Hoje

Toda a feliz civil idade me entre tece

— Torpor acordoado contra o vento.

Ontem no seu grão predisse a voz:

O zelo assistirá, atento,

À criação do evento

Preso nas teias da lesão do tempo

Que a velha aranha tece

Maduro.

Via-se da pescaria:

Nas redes velhas da traineira

A sorte sombreava a cor.

O paraíso é uma casa sem sustento.

Um movimento sôfrego asfixia

O ar, a clara noite que envelhece.

O lago é a esteira do sedento.

O segredo contém a novidade:

O censo do mundo que, morrendo,

Sustenta a eterna idade.

(a)chavismos

A Human Rights Watch leu o seu relatório sobre a Venezuela em Caracas. Naturalmente criticou o governo do país por estar a cercear a liberdade e a democracia. O resultado imediato já lhes deu razão: foram expulsos do país imediatamente. Não sei o que é que o tal socialismo bolivariano tem de novo. Trata-se apenas de mais uma ditadura populista e de esquerda. Que só não faz pior porque ainda não pode fazer. Apesar de tudo (a campanha maciça para silenciar e insultar a HRW) o governo angolano não fez o mesmo. Esperemos que nunca faça.

21/09/2008

o instante


Só um instante
Nos magoava.
Um rigoroso instante.
Nos pomares de maçãs
O rumo da caravela
Distante – vermelho o mar
A debruar
Os lábios e o estrume
Da chuva.
(teia de luz a penumbra,
suspensa da estória de um abismo;
o que nos une é aquilo que se
para)
Entre nós há frutos que tombam
Para cobrir o chão de noite.
Para calarem sobre lagos
Encantados o sal das pedras,
Noivas de nuvens e com dote.
Para que a sede nos devolva
A água;
Para selar os ecos onde vem o vento
(adulterino, o que não espanta)
Desdizer o desenho do passado; para
Pastar a paz antiga, húmida,
Sobre o solo diurno e indefinido.
Um instante, só,
Nos separava.
E era a eternidade.
(entre tanto, no chão,
A tua sombra calma respirava)

iolanda aldrei

Ainda que seja longe a luz,
ainda que a dor saiba dos desejos,
ainda que na alva
continue o nome
e a memória,
e o amor brilhe
entre as trevas,
ainda...

20/09/2008

o escritor profundo seria mudo

Poderíamos admitir que o escritor verdadeiramente «profundo» fosse afinal aquele que não escrevesse. E que não escrevesse devido justamente ao seu sentido agudo da profundeza, que lhe faz sentir o miserável desnível que há sempre entre aquilo que se escreve e a infinita complexidade de todas as coisas deste mundo (José Bacelar) - a da própria linguagem relacional e imaginal, anterior a toda a escrita, podíamos acrescentar. Pois nela tudo liga a tudo, as implicações desmultiplicam-se e não há linguagem verbal tão poderosa que, sofrendo disso, exprima e ultrapasse isso.

16/09/2008

yosa buson (Japão)

Para aquele que parte Para aquele que fica - dois Outonos

estranha continuação

A imprensa oficial de Angola, muito em particular o Jornal de Angola, continua uma linha editorial parcial relativamente ao principal partido de oposição. No último jornal de Domingo, as notícias sobre a UNITA, duas das quais estão praticamente repetidas num curto espaço de 3 páginas, as notícias sobre a UNITA são, em 90%, contra a UNITA (há apenas uma notícia isenta, curta, nem contra nem a favor), destacando figuras que se tornaram dissidentes e apelaram ao voto no partido maioritário. Se o principal partido de oposição perdeu as eleições ficando só com 10% dos votos, que necessidade tem o Jornal de Angola de continuar a destacar a dissidência da UNITA e a publicar notícias contra a UNITA mais do que neutras ou favoráveis? Isso leva-me a pensar que talvez as acusações de que o MPLA tem o projecto de voltar ao monopartidarismo não sejam infundadas. Não o fará instaurando um regime monopartidário mas sim, sob uma aparência de liberdade, tornando apenas possível a um partido o acesso ao poder. O mandato eleitoral não foi, porém, para isso, foi para continuarem com as obras num sistema livre económica e politicamente.

13/09/2008

11/09/2008

a música, o desenho a poesia

(vale a pena ler até ao fim embora no princípio não pareça - como a partir de Boileau se chega às imagens elé[c]tricas do amor) Lá, pour nous enchanter tout est mi en usage; Tout prend un corps, une âme, un esprit, un visage. (Boileau, Art Poétique, chant. 3e) A música, o desenho e a poesia são os motores, em geral, do amor, a luz da vida, o alívio da dor; na terra, o Deus do encanto e da alegria. A música, posto que só nos fira melancólica o orgão auditivo, é, em suma, d'amor um sinal vivo, que doce o ouvido faz, a alma delira. O desenho, áureo laço de ventura, é um espelho mágico, fingindo o vivo rosto que prezamos, lindo; é enlevo dos olhos, a pintura. A Poesia, linguagem mais augusta, é o ideal de vividas paixões; eletriza os mais fortes corações e comove até a alma mais robusta... A tinta, que rebrilha na alva tela, a nota, que desfere hábil artista, esta ferindo o ouvido, aquela a vista, não são senão a electro-imagem dela. (Um desmemoriado, Luanda, 1880)

"isenta e imparcial"

Há uns dias (antes das eleições) denunciei aqui a manipulação de um orgão do estado, o único jornal nacional, pelo MPLA. Não foram só o tempo e o espaço ocupados por cada parte, mas a manipulação das notícias relativas à oposição, ao governo e ao MPLA. Mais ainda: os apelos à participação, contra a abstenção, na rádio sobretudo, eram transformados em apelos ao voto no MPLA (frase do tipo desta vendedora de um mercado de Benguela - pelo menos foi apresentada como tal: "agora então, que estamos com as escolas para os nossos filhos, hospitais novos, todos os dias vemos melhorias, temos água, temos luz, obras por todo o lado, eu quero que os meus filhos estudem, e possam tratar-se quando estão doentes, então agora não vamos votar, temos todos que votar e o voto é secreto, vota mesmo no partido do teu coração"). O director do Jornal de Angola, que tem melhorado o jornal em vários aspectos, tentou convencer-nos de que a linha que seguiam era "profissional, isenta e imparcial". Ele pode estar condicionado a fazê-lo e por isso não pode confessar o que faz. Mas também mentir assim é descaramento que o próprio jornal desmente no dia-a-dia. Foi o caso, aliás. No mesmo jornal, como se lê na «angonotícias» na internet, no dia 10 de Setembro, dava-se notícia sobre o relatório da missão da UE, mas omitindo o parágrafo relativo às críticas aos media estatais onde se dizia: "a desigualdade na distribuição do tempo e espaço dedicados às actividades de campanha, assim como a difusão de programas e notícias sobre projectos de desenvolvimento e inaugurações levadas a cabo pelo Governo, deixou os restantes partidos concorrentes em situação de clara desvantagem". Se a oposição fosse competente, há muito que teria entregue, nas instâncias apropriadas, uma denúncia completa e fundamentada, mesmo antes do dia das eleições - incluindo recortes de jornais e gravações de passagens na rádio. Note-se que a imprensa estatal é praticamente a única a chegar a todo o lado em Angola. Os governos abusam quando as oposições se deixam paternalizar, ficando na dependência deles há espera de algumas benesses. Na verdade, o povo também não vai votar numa oposição que não se consegue opor em condições a nada, que se deixou acomodar até à ingenuidade, e essa terá sido a melhor razão para a maioria das pessoas dar o seu voto "ao ladrão, esse pelo menos já nos rouba há muito tempo, já não vai tirar tanto" - como ouvi dizer uma popular a outra na rua.

10/09/2008

oposição no recife - comparação

*Distribuição de peixe leva Democratas a entrar na justiça contra João da Costa* A assessoria jurídica do Democratas entrou com uma representação contra o candidato apoiado pela atual gestão da Prefeitura do Recife. A ação foi motivada por um flagrante, registrado através de fotos e vídeos, que mostram que peixes foram distribuídos para beneficiar candidatos do PT. A casa localizada na Rua Eurico Vitrúvio, no bairro do Pina, estava toda decorada com faixas, cartazes e bannners, fotos e o número de João da Costa. De acordo com as provas, os alimentos foram distribuídos junto com cartilhas da Prefeitura do Recife, o que pode caracterizar compra de votos, e abuso de poder político e econômico. A representação, acolhida pelo juiz Nilson Nery, foi encaminhada para o Ministério Público Eleitoral (MPE) que deve dar um parecer. Hoje (08), os acusados serão notificados e devem apresentar defesa no prazo de cinco dias. As testemunhas de acusação, presentes no processo do Democratas, também serão convocadas. "Essa é uma ação de investigação judicial que possui fatos e indícios bastante fortes, e que se verdadeiros comprovam uma prática desleal e antiética por parte dos nossos adversários", destaca o coordenador jurídico do Democratas, Ramiro Becker. Além das imagens, feitas na última sexta-feira (05), gravadas no momento da entrega dos peixes à população, entrevistas com os moradores da área contêm depoimentos que afirmam que essa não é a primeira vez que o fato acontece. O líder comunitário chamado Samuel, era o responsável pela entrega do produto. Material de campanha do presidente da câmara Josenildo Sinésio, candidato à reeleição, também estava no local. veja-se também o sítio www.mendonca25.can.br