dizia Francis Bacon, "a inconstância perpétua e o juízo vacilante são o castigo daqueles que, com criminosa audácia e esquecidos de sua condição mortal, aspiram às culminâncias da natureza e da filosofia, como se subissem a uma árvore para devassar os mistérios divinos." Ou seja: se te aproximas da sabedoria, não tens palavras nem frases para descrever, não tens ramificações capazes de alcançar o que vês. O erro é tentá-las. Por fidelidade ao que te parece verdadeiro, ou silencias e vês, ou ficas condenado à mudança constante. Porque não há palavras para a culminância, dedicarás a cada instante um provérbio solto. Reunirás os instantes em poemas curtos como folhas coloridas de calendários. A única alternativa à poesia lírica só poderá ser, então. fotográfica.