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05/10/2021

O modo humano


passa pela nossa tendência para estabelecer e verificar padrões que facilitem a perceção e o sentido ou significado contextuais ou mais profundos. Os padrões poupam, não só tempo e energia, também espaço na memória. Considerar um padrão definitivo pode ser tão prejudicial quanto considerar a padronização dispensável.  É claro que, se eu busco a prontidão para o êxtase, preciso de me descondicionar e descondicionar-me dos padrões. É claro também que, se vou comunicar-me com vocês, preciso levar em conta os padrões comuns, ou pelo menos uma parte deles, se não eu falo e vocês não me compreendem. 

O processo mental que nos leva à criação ou perceção de padrões é, não só verificado, por um método parecido com o hipotético-dedutivo, mas apurado. Há como que padrões de padrões. Ou, se quisermos, padrões fundamentais, aos quais correspondem figuras geométricas (por assim dizer): círculos, simetrias, cruzes, triângulos. Esta figura assenta sobre simetrias e as simetrias interseccionam-se, aqui, pelas formas retilíneas, com a cruz, mas essas formas fazem a cruz integrando formas redondas, circulares e o próprio círculo organiza a grande simetria, que foca imediatamente a nossa atenção. Lá no fundo e no centro da simetria e do edifício aparecem de novo as linhas cruzadas, aí sem qualquer presença de formas redondas. Acho que faz sentido para um palácio da Justiça.