a arquitetura - arte dos princípios - desenhou as linhas e escolheu os materiais que deixassem passar a luz para baixo (o inferno, não o católico, mas o das catacumbas, das cavernas, o mundo inferior onde as almas dos mortos vão viver segundo muitas tradições antigas de várias partes do mundo). Funciona. Quando estamos lá em baixo recebemos essa luz. Mas há a vida e, por vezes, a vida assume a forma de um pássaro que, por acaso, poisa no vidro transparente com suas formas e movimentos redondos suaviza a dureza dos princípios, retilíneos, e deixa uma sombra passageira, quase inquietante, sobre a escassa luz do inferno.