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21/06/2020

Árvore persistente



crescendo na sombra de si própria, ainda assim extensa e sólida,  espalha seus dedos para fora 
em busca de luz e próxima das águas
onde reflete o sol em movimento; 

alonga seu poema de madeira e verde, sua síntese 
de luz e terra humedecida, fértil chão.

Voltada para a sombra de si própria, a cicatriz ainda se abriu, ainda assim, para receber as folhas secas que o sol não pôde salvar. Assinala a vereda para fora de si, no ar aberto onde  se resolvem as antigas feridas.