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06/08/2014

casa em ambriz - depois da cor


às vezes o que vê não vê o mesmo que nós e às vezes não percebe porque tirámos a foto... é normal. 
Esta foto eu tirei pelo conjunto das cores e das linhas: as do edificio retas e em variações de vermelho e branco; as da natureza redondas, ou arredondadas, e em variações de verde. 
Mas também fiz a fotografia para realçar uma certa arquitetura do tempo colonial, que é um resumo pobre (neste caso, muito comum nas nossas vilas e subúrbios) do modernismo colonial do tempo de Salazar. Mas estas casas, mesmo as que serviam para lojas ou serviços públicos, eram arejadas de uma forma apropriada ao clima. Havia pequenos buracos (neste caso tinham que ser retangulares, mas havia muitos redondos), pequenos buracos, geralmente sobre as placas e um bom espaço entre placa e telhado. Os buracos faziam a circulação do ar, impedindo que se acumulasse o calor. Para evitar que os bichos passassem por eles punham-se redes finas e rijas por dentro dos buracos, ou simplesmente se atacava o espaço sobre a placa com naftalina e venenos. 
Entretanto, seja por falta do que for, taparam esses buracos e as casas tornaram-se muito mais quentes e abafadas. Vejam-se os tijolos cinzentos com que foram tapados nessas duas construções. 
O resto vai-se recuperando como se pode - e pode-se pouco.