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15/11/2009

amélia dalomba ao novo jornal

Esclarecedora e frontal a entrevista que Amélia Dalomba deu ao Novo jornal sobre o Prémio Nacional de Cultura e Artes. Em resumo: o júri decidiu homenagear este ano Viriato da Cruz na disciplina de Literatura; o Ministério negou, convocou nova reunião do júri excluindo alguns membros propositadamente (entre os quais Amélia Dalomba) e, após pressões (ou 'explicações') do tipo há iniciativas culturais que serão prejudicadas se insistirem em Viriato, o júri acabou por dar uma prenda envenenada a João Melo. É mais uma atitude para quem duvidava ainda de que temos um Ministério que visa conduzir o país ao dirigismo e à ditadura cultural. Já tivemos o caso do Festival de Cinema - onde houve literalmente censura - o caso do Encontro Óscar Ribas - onde houve tentativa de censura - e o caso da Lusíada, quando da entrega do espólio de M. Pinto de Andrade. Agora dá-se este escândalo de, contra o regulamento, não se respeitar a decisão do júri, impondo-se outro nome. A máscara caiu de vez e os recursos do Estado estão a ser usados para impor uma mordaça aos cidadãos. O Prémio Nacional de Cultura e Artes ficou desacreditado, tem agora o significado negativo de um instrumento de controlo cultural. E não me venham com mais avisos. Eu já sei que, se puderem, fazem-me mal. Mas digo o que tenho a dizer.