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19/12/2008

ângelo monteiro: o suplício do duende

"No meu coração ressoam árvores Ignoradas da Terra. E entre seus ramos Dispersa o Duende a lâmpada dos olhos: Na insónia cuja chama não se apaga. Não conto com as raízes dizimáveis Das árvores da Terra. Mas com as árvores Que fincadas mais fundo têm a garra De latejar sem trégua no meu sangue. Não cessa de arrastar-me em seus clamores O Duende insone sob a sombra delas: O Duende de corpo lancinante E a alma perdida nas canções da Terra." (Todas as coisas têm língua: seleção poética, Recife, CEPE, 2008, p. 266)