"No meu coração ressoam árvores
Ignoradas da Terra. E entre seus ramos
Dispersa o Duende a lâmpada dos olhos:
Na insónia cuja chama não se apaga.
Não conto com as raízes dizimáveis
Das árvores da Terra. Mas com as árvores
Que fincadas mais fundo têm a garra
De latejar sem trégua no meu sangue.
Não cessa de arrastar-me em seus clamores
O Duende insone sob a sombra delas:
O Duende de corpo lancinante
E a alma perdida nas canções da Terra."
(Todas as coisas têm língua: seleção poética, Recife, CEPE, 2008, p. 266)