Avançando nas desoras
Entro para dentro dos sinos
E oiço mundos perdidos,
Fumos que levantam
Da areia molhada na clepsidra
A música suave das palavras
Milenares, buscam a sombra
Desconhecida do seu rosto.
Na tapeçaria dos fios enrolados
Por abutres e falcões,
Cicoamangas, águias audazes e pássaros agoirentos
De longos narizes afiados
Entre sulcos de sombras;
Na tapeçaria das areias enroladas
Onde o mar deixou os resíduos sem adjectivos,
Onde ficou apenas a música suave das palavras
Lentas, a dignidade silenciosa e mágica da noite
Enquanto escoavam
Nas órbitas vazias
Com olhos revirados
Fitando mundos
Que só pressentimos
Por uma sombra ténue,
Rápida e voraz
Insinuando as órbitas
Vazias, desaparecidas
Quando contentes
Fixavam a luz
Que a terra apenas
O oiro das imagens
Consentia, voláteis,
Breves, incompletas.