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17/10/2008

avançando nas desoras I

Avançando nas desoras Entro para dentro dos sinos E oiço mundos perdidos, Fumos que levantam Da areia molhada na clepsidra A música suave das palavras Milenares, buscam a sombra Desconhecida do seu rosto. Na tapeçaria dos fios enrolados Por abutres e falcões, Cicoamangas, águias audazes e pássaros agoirentos De longos narizes afiados Entre sulcos de sombras; Na tapeçaria das areias enroladas Onde o mar deixou os resíduos sem adjectivos, Onde ficou apenas a música suave das palavras Lentas, a dignidade silenciosa e mágica da noite Enquanto escoavam Nas órbitas vazias Com olhos revirados Fitando mundos Que só pressentimos Por uma sombra ténue, Rápida e voraz Insinuando as órbitas Vazias, desaparecidas Quando contentes Fixavam a luz Que a terra apenas O oiro das imagens Consentia, voláteis, Breves, incompletas.