Páginas

Páginas

06/09/2008

diário de bordo


E
Íamos
Por alturas do Calulo
Melhor
De onde
Se vira para
Calulo-o-bastião
Com
O palácio
Municipal
Mesmo à direita do forte
E a
Pedra
Escrita
Na sanzala.
Depois
Dos bois
Lentos e rijos
Do Dondo a beber água
Amarela
No Kwanza.
Depois do Kwanza de
Cambambe, depois da revolta
Das ondas rápidas contra a margem estreita e rugosa
Mesmo depois
Do Longa
Tão diferente aqui.
Quando
A mata
Começou
Com seu fumo escuro
A engolir a sombra nua
Dos morros
Queimados.
A cor de rosa
Do sol baixava ao chão
E o fumo ia disperso bingar a chuva
Que
Enrolava
Os montes férteis
Da Kibala, os horizontes
Húmidos
Que refrescam
A baga em fogo
Na fazenda abandonada.
A noite
Vinha
Com seu manto
De mitos focar
Trilhos de incansáveis faróis
Sobre
Os charcos
Saltitantes,
Rãs a coachar
Na abóbora escura da noite.
Sempre a começar
Entre as colchas de montanhas
Enevoadas
E as pedras grandes
Em castelos interrogando
A lua esquiva, a nuvem húmida, a corcunda
Calva
Da Gabela
Onde final-
Mente chegámos sem abrigo.