Páginas

Páginas

08/06/2008

o fermento

Só, depois da chuva, no silêncio espesso

— Tardias gotas sobre o chão,

Esguias e pássaros coados —

Rescalda a luz dos olhos sobre as casas.

Regresso incógnito e banido

No trágico teatro da coragem

— Lá,

Onde um canto imoral e sem grandeza

Cobre o asfalto indiferente e escasso,

A esbatida cal dos muros baixos,

Maleáveis,

Ignorando que mundo continua

No desbordo curvo das ruas, na viúva

Praia

A fermentar.