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05/02/2008

noite acesa


O azeviche na pupila dos olhos 
Flor agreste mímica negra, vermelha 
E verde pássaro criança 
Estação acordada pela cor das perdizes 
A dançar na saia da rapariga, entre a poeira 
Ondulante ambulante oscilante levitação 
Da caravana em liberdade e com destino certo 
Voz entoada nos estalidos do exílio 
Sobre o deserto, fugindo em flautas para o mar 
Para formar o sol que há-de cair 
Uma vez incendiados os pomares em Yerevan 
Guizos e oiros ainda das armas de Maral 
Abertos agora à alucinação agreste nas areias de Derzoz 
De Ksar-el-Kebir e onde? 
Aqui no sul 
Entre pescarias abandonadas e as mamas gigantes 
Da Chela derramando prata pura para o extenso colo verde 
Para o redondo vermelho do sol e o negro da noite 
Pura como azeviche na pupila acesa dos olhos.