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29/09/2024

Dizes para ser, ou que


É, ou não é, dizes~
Para viver, mas olha de forma que te movas. 
Flagras e mexes-te. Não precisas de pensar
com mãos atadas e olhos vendados.


 

27/09/2024

Entre linhas:

Crítica da razão dialética


 

26/09/2024

Ah escuta,


o silêncio é de pedra mas as pedras falam!


 

Uma colagem pode ser um rebate, mas,


de alguma forma o rebate havia de fazer sentido jogando com os conteúdos de origem. Assim, força apenas uma suposição, de resto já gasta, reduzida ao chavão. 


 

25/09/2024

Momentaneamente

a razão do silêncio, 
um motivo para não falar


 

Escada circular

O mundo levanta-se do caos todas as manhãs, dizia Leonardo Coimbra, o filósofo português. A noite límpida, como os dias límpidos, lava os olhos das protuberâncias nas imagens e acorda-os para ver ali tudo e só que está. Vês? Aí?
 


23/09/2024

Perplexo ainda

se perguntava: é possível
reduzir a verdade
à memória percetiva?


 

22/09/2024

Da verdade te advirto!


mas de que me serve a verdade? 
Segundo a sua lei, deve se cuidar do Amor


(Tibulo, Elegia I, 6)

 

21/09/2024

BlanchoT


"O desastre arruina tudo, 
deixando tudo
como estava"


 

19/09/2024

Conjugação contrastiva


Não sei por que deu tanta polémica o edifício da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Ele na verdade estabelece um jogo dinâmico entre o minimalismo do traço, o colorido das paredes e seu minimalismo repetitivo, as cores dos azulejos (há já vários a precisar de substituição, caíram) e o metal de escadas e bancadas, as linhas redondas (menos comuns) e as retas (mais comuns), a paisagem envolvente e o próprio edifício, por vezes abrindo miradouros (alguns inesperados), outras elevando-se acima da colina com sua dose, não de sobranceria, mas de sóbrio destaque.
 

18/09/2024

O universo por vezes sofre


estados alterados de consciência

 

17/09/2024

Pausa. Nossos caminhos

suspenderam-se voltados para a luz.


 

16/09/2024

15/09/2024

Fui ver:


A mesma luz abrigava as tribos e as religiões...

 

14/09/2024

Caminho, luz e passagem


...desde os primórdios da humanidade este é um eixo (o da sobrevivência, o da salvação) que une uma das duas séries de imagens mais longas e frequentes na história da arte, incluindo a literária. Não por acaso, as imagens em divulgação de religiões usam-no tanto quanto os calendários para consumo popular, frequente, kitsch.

Entretanto, o nome da salvação nunca se pronuncia.

 

13/09/2024

Estávamos lá?


nem sequer o movimento significaria a momentânea pausa da seiva


 

Teus olhos são duas fontes vivas


onde se vem prender um céu puro


(Lamartine, Segundas meditações)


 

12/09/2024

Ovo puro e simples

 assegura ainda, no cosmos e no ventre, o homem universal



11/09/2024

Ritual de fertilização


(Palácio de Cristal, Porto)

 

A moça da esplanada

 olhava as letras da sombra com óculos escuros contra o sol. Outra, toda de branco vestida, virava as costas agraciando-se com o calor do sol por trás e os cabelos pintaram-se de ouro. Estava um pouco mais acima, na mesa de outro bar, ambas de branco vestidas. 


(Fac. Letras da Univ. do Porto)


08/09/2024

Um Siza Vieira colorido


(Faculdade de Letras da Universidade do Porto; projeto do arquiteto Nuno Tasso de Sousa)

 

Flanando no calmo

 labirinto urbano. Parêntesis na máquina de pensar. Férias. Divagação no vazio. Suspeita o novelista que um romance envolvia, com seus toldos azuis de nuvens brancas, o passo daqueles dois diáfanos seres em despreocupada progressão quando, 



Por acaso, o

 acaso também tem poder de sugestão, faz sentido. Aliás, não por acaso o acaso nos abre perspetivas.



07/09/2024

O mito crítico é um buraco de vidro:

 Não sei se fale da inspiração romântica ou do labor poético...


(na Fac. de Letras da Univ. do Porto)


06/09/2024

O romance da pomba


(flagrante em Groningen)

 

05/09/2024

À tua porta parei.

 


Que fará quem não parou?

03/09/2024

Comforme

 o silêncio vai trepando

reticências

01/09/2024

Estava ali.



Ouviste a luz?
(Restaurada)
A palavra é o trono de Salomão.