do amor na concha
inviolável dos acasos
Rompiam a noite
festejando
31/10/2022
29/10/2022
Enquanto a cidade não acordava,
nem te movias de ti,
correndo incansavelmente sem sair
do mesmo lugar, o arco
ali estava, em relevo
sobre o cenário.
(fragmento de escultura de J. Cutileiro, Évora)
28/10/2022
Porém as sementes
que lhe forem verdadeiramente caras
planta com discernimento
e com esse mesmo princípio de imortalidade.
25/10/2022
Um breve acaso
para a longa despedida
(Quem chamas quem? e nada te responde)
(António Salvado, A plana luz do dia, p. 85)
24/10/2022
Saindo das Casas do Infante,
onde se guardavam pesos e moedas, uma gaivota voava livre sobre o Rio Douro.
23/10/2022
Contrastes urbanos -
e húmidos! No caso, na cidade do Porto (à direita, na sombra escura, o velho muro oitocentista ainda)
22/10/2022
A Sé de Évora
"Desde o séc. XIII ao séc. XX, arte e fé deram as mãos para transmitir sentimentos e valores, capazes ainda hoje de mobilizar uma cultura fraterna, solidária e plural."
19/10/2022
18/10/2022
Lugar de origem -
onde, no mundo, brilhou primeiro a poesia
(nessa mesma conjunção e fronteira fluida de mar e terra, dizem, é que nasceram os primeiros seres vivos - e ainda hoje a imagem desses lugares nos evoca uma origem, a da própria poesia, a primordial)
17/10/2022
16/10/2022
A humanidade -
"a cadeia ininterrupta, por onde as sucessivas gerações umas às outras vão transmitindo, acrescentado, o tesouro da comum civilização"
(J. M. Latino Coelho - Panegyrico de Luiz de Camões, 9.6.1880)
15/10/2022
14/10/2022
Não há como dizer
Recolho a verdade do amor.
Fecundo Agro, a saudade
comcebe de suaves mãos nossos deStinos
e a tento povoamos, em espera, novo céu.
Suspenso o sopro omninstante se preServa:
só a diStância nos pesa.
Effusivo dyia o Ser se abre no fruto sumarento da vigília:
assomo reunindo espaço, tempo,
fundo e alto,
vértice do Homem
em tudo quanto quede
e se reerga por um Deus
reassumido, por um vértice
frutífero conjogando a vida.
13/10/2022
Linhas de onda
há as
linhas de sombra, linhas de luz,
linha dos ombros, fios de prumo,
linha branca, linha vermelha
novelos e desalinhos
linhas do horizonte e de fronteira
e há as linhas de onda
primas direitas
das linhas de água
12/10/2022
11/10/2022
10/10/2022
09/10/2022
08/10/2022
Na linha de sombra,
a tripulação estivera, continuamente, em estado de alerta.
(interseções em Conrad, A linha de sombra)
07/10/2022
06/10/2022
05/10/2022
Em fogo sobre o lago
A senhorita Warren respirou fundo e olhou para o relógio. Faltavam só cinco minutos para o trem partir
(Graham Greene - Expresso do Oriente)
04/10/2022
Agora, serenamente, aqui
troco de mãos e começo a ordenar o caos
(homenagem a Ana Cristina César, que não suportaria tanta solidão)
03/10/2022
01/10/2022
Espraiando-se na manhã de inverno...
«La melodie rythmique
du “nous” me convient
mieux. Elle permet de
raconter une histoire plus
vaste que celle d’un seul
personage.»
Julie Otsuka, escrito nipo-americana. Escreveu três romances com um intervalo de 10 anos de um para outro. Nasceu em Palo Alto (Califórnia) em 1962. Último romance: The Swimmers. Começa a traduzir o envelhecimento. Quem diria? Espraiando-se na manhã de inverno...